O Centro de Integração na Serra da Misericórdia (CEM) atua no Complexo da Penha, no Maciço da Serra da Misericórdia. Localizado entre Inhauma e Irajá, o Maciço da Serra da Misericórdia é o quarto maior maciço do município do Rio de Janeiro (RJ) e está localizado na Zona Norte da cidade, a mais populosa do município, com mais de 2,5 milhões de habitantes. Com o processo de urbanização, essa região e seus arredores tiveram uma ocupação desordenada. O maciço rochoso tem grande importância socioambiental por abrigar a última área verde de Mata Atlântica do perímetro. O espaço é ocupado por duas mineradoras em funcionamento, e a garantia de qualidade de vida aos moradores, incluindo uma área de lazer preservada, é uma luta constante, pois convivem com muitos problemas estruturais como a falta de saneamento básico, iluminação pública precária e a violência contra a população negra que aflige as favelas do Rio de Janeiro.
Nesse cenário, sob os eixos da educação, da cidadania e da comunicação, o CEM atua desde 2011. Consiste numa associação sem fins lucrativos e um espaço agroecológico de integração socioambiental, cultural, latino-americano. Entre seus objetivos está a promoção da soberania alimentar na Serra da Misericórdia através da agroecologia. Assim, realizam trabalhos em parceria com diversos coletivos e instituições, englobando as duas pontas da cadeia produtiva de alimentos: do cultivo ao consumo.
A proposta do CEM é construir coletivamente um contraponto à realidade socioambiental violenta vivenciada pela população da região. Para isso, promove socialização e trocas de experiências entre as comunidades sobre o tema da agricultura urbana e outras questões transversais como a saúde, por exemplo. Os encontros e os intercâmbios são meios de promoção da interação e do fortalecimento dos vínculos entre os membros da comunidade e as instituições que atendem a região, buscando a melhoria do acesso aos serviços pelas pessoas. O fortalecimento das relações comunitárias é um investimento social para aumentar a capacidade de planejamento e gestão participativa, promover a resiliência e a possibilidade de respostas coletivas às questões comuns.
