Eólicas no Ceará – Energia limpa para quem?


Watch in english: Windfarms in Ceará (Brazil) – Clean energy for whom?
Ver en español: Eólicas en Ceará (Brasil): ¿Energía limpia para quién?

Ouvimos e vemos por todo canto notícia de que a energia eólica é uma das grandes promessas para o combate às mudanças climáticas no mundo. Mas a forma como esses parques eólicos são implementados necessariamente significa preservação dos ecossistemas, povos e seus modos de vida? A partir da experiência do Ceará, respondemos que NÃO. Mas essa preservação não seria também essencial para o equilíbrio planetário e climático? Depredar os territórios de quem preserva não resulta também em mudar o clima do planeta?

Ainda alertamos que a planificação das eólicas no mar, tão prometidas principalmente pro Nordeste brasileiro com 21 parques em licenciamento só no Ceará, pode vir a acabar com a pesca artesanal, porque além de serem empreendimentos que exigem espaços enormes dentro dos territórios para construção dos parques, estão sendo projetadas tão perto da praia que a chamada “zona de exclusão” de navegação impediria a circulação e atividades da pesca, além do risco de afastamento dos peixes, pássaros e tantas outras espécies marinhas.

Vamos nos informar e exigir que respeitem nosso mar, ecossistemas, os direitos coletivos, como a consulta livre, prévia e informada diante de projetos que visem a exploração dos territórios e de seus povos, como garante a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pela legislação Brasileira através do decreto 10.088/2009.

A experiência das eólicas em terra no Nordeste brasileiro viola uma série de acordos internacionais que o Brasil assinou e se compremeteu , incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (os chamados ODS) As experiências aqui são muito distintas das implementadas no Norte global, não sendo, por exemplo, observadas as distâncias mínimas seguras entre torres e residências, para dizer o mínimo. Além disso as populações afetadas não sido consultadas, que têm seus mananciais de água doce, dunas ancestrais, sítios arqueológicos e territórios depredados por esses empreendimentos. A essas violações de direitos humanos e crimes ambientais contra populações tradicionais, negras, indígenas, chamamos racismo ambiental, ao que acrescentamos o fato de que essas empresas à serviço de um capitalismo verde, muitas vezes acionistas da cadeia da exploração de gás e petróleo, são comandadas sobretudo por pessoas brancas.

Este vídeo é uma das ações do projeto “De Mãos Dadas Criamos Correnteza: populações fortalecidas na luta por justiça socioambiental e climática.”, realizado pelo Instituto Terramar (CE), Fórum Suape (PE) e Instituto PACS (RJ). Contou com o apoio financeiro da União Europeia, da Fundação Rosa Luxemburgo, da Sociedade Sueca de Proteção à Natureza e da Pão para o Mundo. Teve ainda o apoio para gravação da narração do Centro Cultural Bom Jardim, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará, gerido pelo Instituto Dragão do Mar. O conteúdo deste vídeo é da exclusiva responsabilidade do Instituto Terramar, Fórum Suape e Instituto PACS e não reflete necessariamente a posição de seus apoiadores.

Para mais informações:

De Mãos Dadas Criamos Correnteza https://instagram.com/institutoterram… https://www.facebook.com/profile.php?…

Instituto Terramar https://terramar.org.br/ https://www.instagram.com/instituto.t… https://www.facebook.com/InstitutoTer…

Instituto PACS http://pacs.org.br/ https://www.instagram.com/institutopacs/ https://www.facebook.com/PACSInstituto

Fórum Suape https://forumsuape.org.br/ https://www.instagram.com/forumsuape

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