O projeto “De Mãos Dadas Criamos Correnteza: populações costeiras fortalecidas na luta por justiça socioambiental e climática” tem seu início em 2022 e segue ao longo de três anos. No objetivo principal de colaborar para o fortalecimento de uma democracia pluralista, participativa e representativa no Brasil, queremos olhar para alguns acordos internacionais sobre meio ambiente, clima e direitos humanos que o Brasil assina junto com tantos outros países, e fazer com que esses direitos e deveres sejam socializados com as comunidades impactadas pelo descumprimento e junto ao campo ambientalista e a sociedade como um todo.
O projeto abrange os estados Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro, abarcando duas regiões brasileiras (nordeste e sudeste), totalizando 11 municípios, 20 comunidades e movimentos sociais com os quais estamos juntos pela melhora da eficácia das ações de incidência política, sobretudo no enfrentamento aos megaempreendimentos que se instalam na zona costeira e ameaçam modos de vida, justiça climática, soberania alimentar, biodiversidade, os territórios e as vidas de modo geral, com impacto sobretudo para as mulheres e as comunidades tradicionais.
Em “Zona Costeira” apresentamos um pouco essa região, tão visada pelos interesses econômicos externos e tão rica em vida, história, espiritualidade, sem deixar de fora os interesses do modelo hegemônico global economicista e degradador. Em “Casos Emblemáticos” você conhecerá um pouco sobre três desses empreendimentos, um em cada estado, que a contrário do prometido desenvolvimento, tem destruído a sociobiodiversidade e os direitos. Em “Territórios de Mãos Dadas” você conhecerá um pouco sobre as comunidades e movimentos que constroem essa correnteza, percebendo o quanto temos que aprender com esses povos na lida com a vida e o planeta, e em como são importantes para preservação também dos ecossistemas. Em “Publicações” encontrará cartilhas, vídeos e estudos dos casos emblemáticos, para utilizar, se apropriar e vir dar suas mãos com as nossas em busca de justiça socioambiental e climática!
O projeto “De Mãos Dadas Criamos Correnteza: populações costeiras fortalecidas na luta por justiça socioambiental e climática.” foi criado e é mantido com o apoio financeiro da União Europeia. O conteúdo deste site e de todos os produtos publicados pelo projeto são da exclusiva responsabilidade do Instituto Terramar, do Fórum Suape e do Instituto PACS e não reflete necessariamente a posição da União Europeia.
Somos uma equipe multidisciplinar de maioria de mulheres, formada por educadoras(es) populares, comunicadoras(es), cientistas sociais, internacionalistas, biólogas(os), psicólogas(os), economistas, pesquisadoras(es), administradoras(es) e militantes. Junto a coletividades auto-organizadas e outras parceiras, partimos, desde os territórios, do debate crítico ao modelo de desenvolvimento capitalista, racista e patriarcal, na direção do fortalecimento de alternativas de justiça econômica, social e ambiental.
Atuamos em diferentes escalas na cidade e no estado do Rio de Janeiro – em especial na Zona Oeste da capital –, em parcerias com outras partes do país entre Norte, Nordeste e Sudeste brasileiro e no âmbito da América Latina e do Sul Global. Destacamos aqui nosso trabalho, luta e compromisso junto às mulheres; aos moradores(as) de favelas e periferias; aos atingidos(as) pelos impactos dos megaprojetos, da atuação de empresas transnacionais, das instituições financeiras multilaterais e da militarização; às populações negra, indígena e quilombola e às comunidades tradicionais do campo, da floresta, das águas e da cidade.
Um grupo de ativistas, pesquisadores, lideranças comunitárias e organizações da sociedade civil se articularam a partir de 2011 e criaram o Fórum Suape, um movimento em busca do fortalecimento das comunidades tradicionais atingidas pela implantação e expansão do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS). O agravamento dos conflitos e violações de direitos na região demandava ações mais sistemáticas e estruturadas, o que levou o movimento a repensar sua estrutura de funcionamento, institucionalizando-se, em 2013, como “Associação Fórum Suape | Espaço Socioambiental”.
Hoje o Fórum Suape atua junto às comunidades atingidas, apoiando-as por meio de ações pedagógicas, jurídicas e de visibilidade, buscando, assim, fortalecê-las em sua capacidade de organização e incidência política no enfrentamento a um modelo de desenvolvimento econômico que se baseia na apropriação de territórios historicamente habitados por elas, mediante a invisibilização e a negativa de direitos a essas populações. O Fórum Suape, portanto, espera fortalecer as lutas das comunidades atingidas contra um modelo colonial, que se estrutura também no patriarcado e no racismo e que vê a terra e os corpos como fonte de lucro, passíveis de exploração.
O Instituto Terramar é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos de caráter socioambiental. Seu objetivo social é contribuir para a Justiça Ambiental na Zona Costeira do Ceará. Sua atuação está voltada, principalmente, para a garantia de direitos coletivos e individuais de comunidades tradicionais costeiras do Ceará, em especial os direitos ao meio ambiente, ao território, à diversidade cultural, ao trabalho e ao exercício político.
Desde seu surgimento (1993), a Terramar colabora, sobretudo, na formação e organização popular; em práticas coletivas locais comprometidas com a afirmação dos territórios tradicionais costeiros e na conservação ambiental dos ecossistemas marinho-costeiros. Do ponto de vista metodológico, a formação política, o apoio às causas comunitárias e a afirmação dos modos de vida e trabalho dos povos da Zona Costeira estão presentes na prática institucional. O trabalho em rede e a articulação de parcerias é uma de suas fortalezas, construindo visibilidade e alianças em defesa dos direitos e da justiça social e ambiental.