Tem início hoje em Fortaleza o seminário “Transição ou Transação Energética: Agenda Internacional, Financiamento e Repercussões”

O seminário advém da urgência de a agenda sobre transição energética alargar perspectivas e contribuições da sociedade civil para as políticas públicas e a esfera pública de debate como um todo.

Planejado por uma coalizão de organizações e movimentos sociais, dentre elas o Instituto PACS, o InstitutoTerramar e o projeto De Mãos Dadas Criamos Correnteza, o seminário tem início hoje 02 de abril e vai até o dia 04.  A proposta do encontro é refletir sobre  os modelos de transição energética e os impactos socioambientais provocados pela exploração de energia renovável diante ao cenário da crise climática.

Esse tema, que hoje está presente no imaginário coletivo, faz ecoar que é preciso deixar as matrizes fósseis de energia para dar lugar às matrizes renováveis. No entanto, poucas vezes abarca as contradições da chamada energia limpa, com base na própria experiência brasileira de devastação socioambiental de parques eólicos, usinas solares e hidrelétricas, além de que corrobora uma lógica monofocal para a descarbonização. 

Essa lógica deixa de fora como toda uma economia global está organizada segundo um modelo de desenvolvimento exploratório dos bens comuns e baseada na desigualdade social para promover uma corrida liberal por riqueza, e que não é com a modificação da matriz de geração de energia que se deixará de degradar os ecossistemas, violar os direitos dos povos e até mesmo de lançarmos gases de efeito de estufa que acentuam o aquecimento global.

Pensar transição energética com justiça socioambiental pede que alarguemos os olhos para esse modelo, toda a cadeia de produção e consumo e para a perversa lógica corporativista e em favor do norte global e desfavor dos países em desenvolvimento que está por trás desses discursos e políticas que vêm sendo implementadas.

Programação

No primeiro dia do seminário (02.04) estão programadas três visitas a comunidades impactadas por megaempreendimentos relacionados à energia. As visitas ocorrem na comunidade do Cumbe, em Aracati; nos assentamentos da reforma agrária Morrinhos e Queimadas, no município de Santa Quitéria; e o Conjunto Palmeiras, em Fortaleza.

A partir das visitas, os participantes irão refletir as temáticas em dois dias  com palestras e grupos de trabalho, nos dias 3 e 4.  “A experiência das visitas serve para poder, de alguma forma, dar uma linha do que a gente quer trazer como elementos principais de debate. É um seminário organizado por várias mãos, com organizações que vêm trazendo essa problemática que envolve questões ambientais e sociais”, explica Francisco Vladimir, da Rede Jubileu Sul Brasil.

Além das organizações e movimentos da sociedade civil, o evento contou com mais de 200 inscrições por formulário, realizadas entre os dias 5 e 24 de março. As inscrições estão encerradas.

Serviço

Seminário “Transição ou transação energética? Agenda internacional, financiamento e repercussões”

Data: 2, 3 e 4 de abril de 2024 (terça a quinta-feira) 

Local: Auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa do Ceará 

Av. Desembargador Moreira, 2807 – Dionísio Torres – Fortaleza (CE)

Programação do evento: https://bit.ly/seminariotransicao

O projeto De Mãos Dadas Criamos Correnteza conta com apoio da Sociedade Sueca pela Conservação da Natureza, da Pão Para o Mundo e da União Europeia. O conteúdo desta publicação é de exclusiva responsabilidade do projeto De Mãos Dadas Criamos Correnteza e não reflete necessariamente a posição de seus apoiadores. 

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