Logo De Mãos Dadas Criamos Correntezas

Assentamento Maceió

Localizado no litoral Oeste do Ceará, com uma área de 5.844,72 hectares, no município de Itapipoca, o Assentamento Maceió foi criado em 1985 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), fruto da luta das famílias moradoras, auto-organizadas com apoio da Igreja Católica e das Comunidades Eclesiais de Base para assegurar a posse das terras. 

Atualmente, são, em média, 6.000 habitantes, em 1200 famílias, distribuídas nas doze comunidades: Apiques, Bom Jesus, Mateus, Córrego da Estrada, Barra do Córrego, Córrego Novo, Sítio Coqueiro, Jacaré, Humaitá, Lagoa Grande, Maceió e Bode. 

A riqueza do território é expressa na sua diversidade de formação, com praia e pós-praia, campos de dunas, lagoas, riachos e dunas de tabuleiro. A parte da praia conta ainda com muitos recifes costeiros, ambientes de muita biodiversidade marinha!

Quanto às atividades econômicas: pesca (no mar e nas lagoas) e agricultura constituem sua base, havendo ainda o desenvolvimento de pecuária e artesanato. 

A comunidade de Maceió, integrante do projeto “De Mãos Dadas Criamos Correnteza”, tem cerca de 450 pessoas, em 117 famílias, situadas próximo às dunas. Pescadores e marisqueiras se vinculam à praia de Barrinha e ao porto de Maceió. 

Em 2002, um crime ambiental inicia um período de intensos conflitos territoriais. O empresário do entretenimento, Pirata, começa a terraplanagem das dunas em uma tentativa de implementação de um complexo turístico na praia de Maceió. Nessa época, a comunidade possuía vinte anos de lutas, organização comunitária e conquistas, então organizou um abaixo assinado com o enunciado “Contra a Pirataria na Praia do Maceió”, enviado para os órgãos públicos e, assim, conseguiram interromper a obra.

O conflito, no entanto, permanece com a ação contundente do empresário e, após seu falecimento, assumida pelo seu filho, empregando algumas famílias na área do conflito que operam como vigilantes do terreno. 

O assentamento é uma referência na organização comunitária e cultural. Possui infraestrutura de escolas, três associações comunitárias e uma Cooperativa de Produção Agropecuária (CPA), além de diversas organizações parceiras que apoiam a comunidade. 

Com a consolidação e intensificação do conflito fundiário, houve uma articulação do assentamento com a Rede de Advogados Populares (RENAP) e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), inaugurando uma nova fase de resistências por meio de ocupação da praia com o Acampamento Nossa Terra, constituído por sessenta famílias engajadas na defesa do território. 

Facebook
Twitter
WhatsApp